Profetas da Chuva apontaram em Quixadá (CE) chuvas acima da média mas tardias no inverno cearense deste ano

O Encontro dos Profetas da Chuva de Quixadá, no interior do Ceará, reuniu neste sábado, 11 de janeiro, 31 representantes da ciência popular de previsão meteorológica para o período do inverno neste estado nordestino. Pela observação da maioria, haverá chuvas acima da média histórica, mas em maior volume somente do fim de março em diante.

O prognóstico, através da observação dos sinais da natureza, é pratica comum entre os lavradores cearenses e nordestinos. Observando os pássaros, os insetos, a flora da caatinga e os astros, eles iniciam o plantio nos seus terreiros e aguardam a chegada das chuvas, mas a natureza está estranha, reclamam. Mesmo assim, o otimismo continua.

A profetisa Lurdes Leite, professora Lurdinha, 85 anos, tem uma forma exótica de realizar as suas previsões, além do halo e da barra da lua, no período natalino, é na tábua de Santa Luzia que encontra os melhores sinais. Pequenas porções de sal sobre a marcação dos meses, se estiverem molhadas, é sinal de bom inverno. Se desmancharem, é certeza de dilúvio.

     Foto > Luiz Alves  

Entretanto, o prognóstico coletivo está sujeito a outras interpretações, afinal, o objetivo do Encontro, que conta com o apoio de muitos parceiros, segundo seus idealizadores e organizadores, o engenheiro químico Helder Cortez e o comerciante João Soares é a preservação dessa cultura popular, herdada de pai para filho, e incentivo aos mais jovens.

História

Quando iniciaram o Encontro, em 1996, na Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Quixadá, os idealizadores e organizadores do Encontro, Helder Cortez, na época gerente da Cagece, e o comerciante João Soares, então presidente da CDL, pretendiam reunir alguns agricultores, debaterem e amenizar as críticas à falta d’água principalmente na cidade.   

O radialista e jornalista Jonas Sousa e pouco tempo depois o icônico Chico Javali, foram fundamentais no fortalecimento do Encontro; o radialista pela divulgação, e Chico Javali cabia a inovação a cada ano. Foi ele quem estimulou a professora Lurdes Leite a participar, atraindo o interesse de outras mulheres, e também de crianças, filhos dos profetas. 

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